Regina Cæli | III Domingo da Páscoa (04/05) - Papa Gregório


REGINA CÆLI
04 de Maio de 2025
Praça de São Pedro, Vaticano
Papa Gregório V
III Domingo da Páscoa.

Amados irmãos e irmãs, bom dia!

No Evangelho deste terceiro domingo pascal, somos levados à beira do mar da Galileia, onde sete discípulos estão pescando. Tentam. Esperam. Trabalham. Mas nada apanham. Até que, na margem, alguém se aproxima. É o Senhor. Lançai a rede à direita da barca e achareis” (Jo 21,6). E a rede se enche. Este Evangelho fala com delicadeza e firmeza à alma dos que se cansaram. Dos que já tentaram. Dos que não viram mais frutos. Dos que, talvez, voltaram à rotina anterior, como Pedro e os demais, achando que tudo havia acabado.

Mas Cristo ressuscitou. E Ele não apenas aparece. Ele espera. Espera à margem, com brasa acesa e pão preparado. Espera o retorno do padre ferido. Espera o sim do Pedro arrependido. Espera que, no meio da noite vazia, escutemos de novo a sua voz. Hoje, quero falar aos meus irmãos padres, aos bispos, aos pastores, aos pescadores de homens. Onde estais? Onde estão os vossos barcos? Onde lançastes vossas redes? Estais ainda à margem com o Senhor, ou voltastes às águas por conta própria? Estais com o povo ou escondidos no cansaço, no medo, ou, pior, na indiferença? Pedro negou. Pedro chorou. Pedro voltou. E foi neste Evangelho de hoje que o Senhor não exigiu explicações, mas fez três perguntas que atravessam os séculos: “Simão, filho de João, tu me amas?”

Não perguntou se ele sabia rezar. Não perguntou se ele tinha bons discursos. Não perguntou se sua doutrina estava em dia. Perguntou pelo amor. E é isso que hoje o Coração de Cristo pergunta a cada padre: Tu me amas? Amas a Igreja? Amas as ovelhas? Amas ainda o altar, o povo, os sacramentos, os pobres, os jovens, os pequenos? Se amas, volta. Volta ao pastoreio. Volta a cuidar. Volta a celebrar, a consolar, a estar presente. Volta, ainda que em lágrimas, com as redes vazias. Pois Ele te espera com o fogo aceso e o pão nas brasas.

Irmãos, não temos tempo a perder. Nosso povo precisa de pais, não de chefes. Precisa de presença, não de ausência. Precisa de homens que digam “Tu sabes tudo, Senhor, tu sabes que te amo”, mesmo que antes tenham falhado. O Papa não precisa de sacerdotes irrepreensíveis, mas de homens humildes, inteiros, verdadeiros. Homens que digam sim. De novo. Como Pedro.

Cristo ressuscitou. A barca da Igreja está em movimento. Mas precisa dos braços, da voz, do coração de seus sacerdotes. Não vos escondais mais. Voltem. O Senhor está à margem — esperando.

Feliz Páscoa! Cristo Ressuscitado os abençoe!

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